Como eu encontrei a natação e ela eu...

Continuando... 


Aos 7 anos de idade eu comecei a fazer aula numa academia de natação que se chamava asha academia. No primeiro dia foi um terror, além do medo da água ainda tinha o trauma que ficou quando meu irmão de 3 anos caiu naquela piscina. E com 6 meses eu superei meu medo, eu aprendi a nadar os quatro estilos, crawl, costas, peito e borboleta, aprendi também a fazer virada, saltar de ponta e todas as saídas olímpicas. Lembro até hoje da minha primeira competição, como não tinha nenhuma menina da minha idade eu competi com meninas de 12 anos e ganhei nadando o meu pior estilo que sempre foi o borboleta. Eu amava o crawl mas meu forte sempre foi o peito. E essa superação me fez ser destaque entre todas as crianças que nadavam naquele lugar. E o que era medo virou uma paixão. Continuei a nadar lá por mais um ano e quatro meses e, foi quando minha professora de natação Cris, que também era amiga da minha família, me indicou para fazer um teste em um clube maior, com uma piscina olímpica e uma equipe de natação que competia frequentemente, pois aquela piscina de 12 metros já não era o suficiente para mim. Era 10 de fevereiro de 2005, o dia em que eu passei no teste do COPM, Clube dos Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, e iniciei uma nova fase na minha vida. Comecei a treinar no mesmo dia, os treinos eram de terça a sexta das 18 horas até as 20 horas. Aquela equipe era tudo o que eu sempre quis, lá eu encontrei um dom, um proposito para minha vida, novos amigos que eram como uma família, admiração e respeito, um treinador espetacular que inclusive é amigo da minha família até hoje (um abraço Claudão) e principalmente um amor incondicional, a natação.  Mas nem sempre foi assim 😂😂😂 no início era tudo novo pra mim, me adaptar a rotina, ao local, as pessoas, adaptar a minha vida ao que eu tava sendo sucumbida a fazer/ser naquele momento e naquele lugar, e também me adaptar aos novos amigos de treino que eram bem mais velhos que eu e ao treinamento em si que era muito mais puxado. No início eu treinava cerca de 1000 metros por dia, isso aos 7 anos, à medida que eu  ia crescendo e melhorando o treino se tornava mais extenso e cansativo. Já cheguei a treinar 4800 metros diários, isso no auge da minha 'carreira' que foi mais ou menos com 15 anos. Nessa época meus amigos de treino me chamavam de peixinha e eu me sentia um verdadeiro espelho de nadadores como Michael Phelps, Cesar Cielo, Thiago Pereira, Joanna Maranhão e a Fabiola Molina que pra mim sempre foram uma inspiração. Não me comparando a eles, claro que não, mas inspirando outras pessoas também. No início, minhas primeiras competições foram arrasadoras, eu não conhecia aquele mundo, era tudo completamente novo para mim e como todos começam do 0, no início eu não ganhava muitas competições o que me deixava frustrada mas com uma vontade enorme de superar aquelas que eram melhores que eu. SIM, eu sou MUITO competitiva (até hoje). E foi com meus 11 anos que eu comecei a ganhar tudo, eu não estou exagerando, ganhava todas as competições, medalhas, troféus e homenagens possíveis. Foi quando por um sinal do destino me levaram novamente para fazer outro teste, dessa vez num lugar maior ainda. Eu passei no teste porém a proposta que me fizeram não foi de interesse do meu pai, uma vez que eu teria que "abandonar" os estudos e me dedicar exclusivamente ao clube, com possíveis viagens inclusive para o exterior. Ainda me lembro das palavras do meu pai que disse "Você é muito nova, precisa estudar porque isso é um futuro incerto, deixa a natação para ser apenas um hobbie, pra manter a saúde..." Na época eu não liguei muito, eu era apenas uma criança que amava água, que amava piscina e amava o que fazia, porém hoje em dia as vezes me pego pensando onde eu estaria hoje se tivesse a oportunidade de aceitar essa proposta. Enfim, os anos foram passando e eu melhorando cada vez mais. Teve uma fase que não tinha meninas da minha idade para que eu pudesse competir e eu ficava brava, querendo adversárias a todo custo, chegava a ser engraçado o esforço que eu fazia para animar meninas da mesma idade que a minha para que eu pudesse voltar a competir com um número considerável. Aos 15 anos eu recebi uma nova proposta, de conhecer uma nova academia que buscava atletas com alto índice de rendimento como eu. Na mesma hora eu estava lá fazendo mais um teste e ansiosa para mais conquistas. Essa academia que se chamava Pratique Fitness foi mais uma equipe que eu amei e me entreguei de corpo e alma para os treinamentos e busca de melhores resultados, principalmente por ter vários adolescentes da minha idade, o que me motivava bastante e por continuar me destacando, sendo chamada inclusive para fazer propaganda para os materiais esportivos que eram da linha exclusiva da academia. Com tudo isso eu estava sedenta em ser a melhor, ser imbatível e não abandonei aos treinos do clube, na academia eu ia apenas nas segundas-feiras e treinava de 20 horas as 21:30 e aos sábados pela manhã de 9 horas até as 12 horas e era treinada por três treinadores, Marcelo, Fred e Bruno. E foi a época que eu mais me senti o máximo, porque todo aquele esforço era recompensado nas competições e porque eu era admirada por muitos olhos que me cercavam. Foi nessa época inclusive que eu consegui recordes para competir importantes campeonatos, entre eles estavam o campeonato mineiro de natação, campeonato do triângulo mineiro, campeonato regional de natação, campeonato sudeste de natação e o tão esperado campeonato brasileiro de natação. Foi quando eu mais deslumbrava tudo o que eu tinha conquistado e estava decidida a procurar um patrocinador, foi quando meu pai jogou um banho de água fria em cima de mim, me desiludindo do mundo esportivo já que eu não nasci em berço de ouro e o custeio de tudo isso era muito alto. Assim eu continue meus treinos, normalmente, frustrada sim mas jamais largaria aquilo que mais me fazia feliz. Permaneci na academia por dois anos e após um desentendimento com um dos meus treinadores eu decidi diminuir os treinos e permaneci somente no clube. O COPM foi minha casa até o ano de 2016, que foi quando eu tive que dar uma pausa na natação pelo fato de que eu vinha estudando para o vestibular/ENEM, andava muito cansada de tanto estudar e não estava rendendo o tanto que eu tinha que render em nenhum dos dois. Enfim, como eu ainda não passei na faculdade e no curso que desejo eu decidi focar apenas nos estudos e voltar apenas quando isso se concretizar. E olha, que saudade do azul do fundo da piscina que reflete a luz do sol e faz do meu sorriso o mais feliz do mundo! E sigo na esperança de realizar meu sonho e assim poder voltar a fazer o que eu faço de melhor 🏊💙

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